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sábado, 5 de novembro de 2011

Daniel Pennac - A Fada Carabina


A Editora Rocco pubicou A Fada Carabina de Daniel Pennac que tem a seguinte sinopse:

Os excêntricos membros da tribo Malaussène, uma família que recebe velhos abandonados – e viciados em drogas – como agregados, estão de volta em A fada carabina, mais um lançamento da Rocco, que trouxe para o Brasil a saga criada por Daniel Pennac. Tendo como pano de fundo a realidade de uma metrópole contemporânea, Pennac traça um panorama alegórico das mazelas sociais a partir do assassinato de um inspetor de polícia no bairro parisiense de Belleville.


E não é um assassinato qualquer. Trata-se de uma execução no meio da rua, com testemunhas – que logo se tornam suspeitas do crime, já que são imigrantes envolvidos com tráfico e outros delitos. Na Paris multirracial e xenófoba, a vítima do homicídio é um inspetor racista enviado a Belleville para proteger as moradoras idosas, que vêm sendo atacadas por um serial killer. Exatamente uma dessas senhoras aparentemente indefesas é quem abate o policial a tiros, usando uma arma fabricada na Segunda Guerra Mundial.


Se este crime não é mistério para o leitor, que recebe sua descrição nas primeiras páginas do romance, surgem diversos outros em intrincadas tramas paralelas que acabam encontrando os Malaussène. Uma mulher é resgatada ferida de uma barcaça que passava pelo rio Sena justamente no momento em que ela é jogada, por gângsteres, da Pont Neuf. Outro investigador, também encarregado de proteger as idosas, trabalha com um disfarce insólito: travestido como uma senhora asiática.


Benjamim, o mais velho dos irmãos Malaussène, é o fio condutor da divertida e alucinante trama enredada no estilo delirante de Pennac, que mostra uma cidade resistente à modernidade, no momento de transição para uma sociedade mais igualitária. A estranha família nascida de uma mãe amalucada, permanentemente grávida e abandonada pelos diversos pais de seus muitos filhos – dos quais não cuida, deixando-os com os irmãos mais velhos enquanto segue apaixonando-se por um novo namorado –, sobrevive dentro do mundo em mutação. O respeito às diferenças é uma das bases que garantem a adaptação dos Malaussène às novidades, das quais tomam conhecimento sem temer riscos que as mudanças possam vir a trazer.


A aparente amoralidade da tribo é a reação natural à ganância que está enterrando a sociedade conservadora europeia, ainda atônita quanto à chegada dos imigrantes que vêm de suas ex-colônias na África, Ásia ou América, parecem dizer os Malaussène. O desprezo que demonstram em relação às leis é contrabalançado pelo carinho com todos os que necessitam de apoio e de amizade. Por trás de uma prosa dinâmica como uma conversa com o leitor está uma história que, no fundo, reflete sobre a necessidade de compreensão e tolerância entre os homens.

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